quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

História do Brasil: O negro da escravidão até a primeira república

A escravidão se dava homogeneamente?

Inicio da história negra no Brasil começa com a instalação dos governos gerais por volta de 1550. 

Violência e trabalho pesado

Deste o século XIV, a Europa vinha sofrendo com a falta de mão de obra, causada pela Peste Negra, que matou um terço da população europeia. Essa carência foi resolvida com a mão de obra escrava, que foi legitimada com a força das armas e pelo reconhecimento da Igreja Católica, dizia que a cor da pele negra era um simbolo do pecado.
O negro vira parte de um grande mercado de alta lucratividade.
Para o branco europeu, o negro era um objeto e, por isso, poderia açoita-lo livremente para impor a alta lucratividade.

Aspectos básicos

  • A relação da escravidão e da sua resistência se deram de forma heterogênea e de acordo com seu território de atuação (escravos urbanos e escravos rurais).
  • Uma história marcada pela resistência e, não, passividade como retratada antigamente pela historiografia.

Escravos rurais

  • O maior quantitativo de escravos no Brasil ficava nas zonas rurais;
  • Residiam nas famosas senzalas;
  • Atuavam, principalmente, na economia canavieira (Nordeste) e cafeeira (Sudeste);
  • A maior parte atuava durante todo processo produtivo. No caso canavieiro, poderiam ser encontrados na lavoura, passando pela produção do açúcar no engenho, na casa da moeda, nas caldeiras e na casa de purgar. Agiam também na agricultura de abastecimento interno, na criação de gado e nas pequenas manufaturas. Diariamente trabalhavam de quatorze a dezesseis horas.

Escravos urbanos

  • Inúmeros tipos de empregos, com isso, alguns tinham liberdade de comoção;
  • Alguns residiam até em domicílios separados ( dependiam da negociação com o senhor);
  • Escravos que agiam no trabalho artesanal eram mais caros;
  • Atuavam no carregamento de objetos e dejetos (os "tigres") e pessoas;
  • Trabalhavam também nas ruas com a prestação de serviços, na realização de trabalhos manuais ou vendendo coisas.

O escravo de ganho

  • Escravos vendedores ambulantes e quitandeiros (atuavam, principalmente no Rio de Janeiro, salvador, São paulo, Recife e outas cidades), que buscavam nas ruas ocupações;
  • Eles deveriam dar parte da renda aos seus senhores, que era combinada por dia, e o restante (quando havia) usavam para se manter ou comprar sua alforria (liberdade).

Resistência


Formas de resistência "passiva"

  • Suicídio;
  • Fuga;
  • "Matar o trabalho";
  • Formação de quilombos;
  • Capoeira.

Formas de resistência "ativa"

  • Revoltas;
  • Violência contra terceiros;
  • Violência contra senhores e feitorias.

Movimentos que propiciaram o abolicionismo

  • Abolição do tráfico negreiro com a Lei Eusébio de Queiroz (1850);
  • Guerra do Paraguai (1864 - 1870);
  • Guerra Civil Americana (1864 - 1870);
  • Fim da escravidão no Império Francês e Português;
  • Enfraquecimento da estrutura imperial.

Leis abolicionistas

  • 1831: Lei Barbacena - Abolição do tráfico de escravos (Regente Feijó);
  • 1850: Lei Eusébio de Queirós - Fim do tráfico transatlântico;
  • 1866: Abolição para os escravos aptos para o serviço militar (Guerra do Paraguai);
  • 1871: Lei Visconde do Rio Branco (Ventre Livre);
  • 1885: Lei Saraiva-Cotegipe (Sexagenários);
  • 1888: Lei Áurea (Princesa Isabel).

O Movimento

O Movimento abolicionista era composto por integrantes de várias classes sociais, inclusive das elites políticas, por intelectuais brancos, por segmentos do exército, pelas classes médias urbanas que começavam a ter significado na sociedade brasileira e por estudantes universitários.
Surgiram clubes emancipacionistas, agiam na campanha abolicionista, mas também minando as bases econômicas e auxiliando fugas.
Exemplo de manifestações: Sociedade Brasileira Contra a Escravidão de José Patrocínio e Joaquim Nabuco.
Dois tipos abolicionistas: radicais (participação ativa dos libertos e ex-escravos) e moderados (apenas legalistas).

O que é ser um cidadão?

"Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: ter direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho justo, à saúde, a uma velhice tranquila. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais".
(PINSKY, Jaime. História da cidadania. São Paulo - SP
Contexto, 2016, p.9)

Populações negras após a abolição

  • Política de apagamento do "passado negro
    • "Nós nem cremos que escravos outrora/ Tenha havido em tão nobre país..." (Hino da República);
  • Os problemas sociais do negro não estariam ao passado escravista, mas, sim, eles seriam vistos como problemas biológicos (os negros eram vistos como um povo que levava uma tara hereditária que caminhava o negro para vadiagem, ao álcool e demais distúrbios mentais);
  • "É lógico supor que na entrada do novo século os mestiços terão desaparecido no Brasil, fato que coincidirá com a extinção paralela da raça negra entre nós" (João Batista de Lacerda, diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro, no I Congresso Internacional das Raças);
  • Problemas dos libertos;
    • Passado escravocrata + Preconceito de raças.
  • "A liberdade era negra, mas a igualdade branca";
    • Negro deveria se satisfazer com a conquista apenas do ir e vir ao consumo de certos objetos que a extinção da liberdade (ex: sapatos).
  • Jeca Tatu de Monteiro Lobato.
    • O caboclo como um homem originário do brasileiro.

A luta do negro brasileiro pós-abolição

  • Primeira fase;
    • Agremiações como o Clube 20 de Setembro em 1897 e Surgimento da Imprensa Negra.
  • Segunda fase;
    • Frente Negra Brasileira (FNB) virou o principal grupo de luta e chegou até se constituir em partido político em 1936, mas foi extinto pelo Estado Novo;
  • Terceira Fase;
    • Movimento Negro Unificado (MNU) surgiu em 1978 inspirado na luta dos direitos civis do EUA;
  • Construção de memória;
    • 13 de maio (dia nacional da luta contra o racismo) e 20 de novembro (dia da consciência negra)

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